Conheça detalhes da criação da abertura de Game of Thrones, um trabalho que merece muitos elogios.
Game of Thrones é uma produção quase perfeita, a fotografia é impecável, figurinos idem, o trabalho dos produtores para encontrar, ou construir, locações dignas da magnitude da imaginação de
George R. R. Martin e a fidelidade aos livros é de fazer inveja a qualquer um.
A criação da abertura da série é do
Studio Elastic, o trabalho todo demorou
2 anos, desde os primeiros sketchs ao render final, envolveu cerca de 25 profissionais, de cameramen à designers. Várias pessoas são da equipe Elastic, mas eles contrataram freelancers para as competências específicas. O diretor de criação responsável pelo projeto é
Angus Wall.
Para o episódio piloto, que nunca foi ao ar, os produtores tinham imaginado uma sequência de abertura com um corvo que voava de Porto Real a Winterfell e alguns concepts chegaram a ser feitos em cima dessa ideia, mas depois da exibição do piloto os produtores perceberam que as pessoas estavam confusas sobre onde a trama estava se desenrolando e pediram ao estúdio para criar pequenas transições já com o conceito de mapa para localizar o espectador no espaço, já que a história acontece em uma terra que não existe.
Neste ponto, foi criada uma lista dos locais que precisavam ser construidos. Em seguida, descobriu-se que seria preciso criar várias versões diferentes para a abertura, a ideia era mostrar os lugares onde a história iria se passar em cada episódio.
Com o aval dos produtores, o estudio Elastic resolveu criar uma sequência que, além de bela, informasse o espectador. Os sketchs começaram a ser feitos com a idéia de criar um mundo possível, com materiais como metal, couro, tecido e madeira. Construções com o máximo de fidelidade possível aos livros.
Se você tivesse muito dinheiro e os melhores artesãos do mundo a sua disposição, o que você faria? Poderia construir um mapa fantástico, o mais detalhado que se possa imaginar.
Uma coisa muito importante era fazer com que tudo parecesse real, Angus imaginou como uma câmera se comportaria filmando a maquete. Os movimentos, a profundidade de campo e o tamanho dos movimentos. E perceberam que tinham alcançado o resultado desejado quando exibiram a abertura para os produtores executivos.
O diretor de criação, Angus Wall, vestiu a camisa e participou diretamente do trabalho de design, edição, animação e ações ao vivo. (em outras palavras, ele meteu o dedo em tudo. kkk)
Com a forma do mundo determinada, começaram a fazer a arte conceitual, detalhando como esses lugares se pareceriam, com vários artistas muito talentosos trabalhando sobre este assunto. Montamos o mundo em previs, parecia inútil fazer storyboards, porque na mente de Angus toda esta sequência tinha que ser realmente dinâmica. A câmera tinha que estar em movimento o tempo todo, fazendo uma viagem. Então eles cancelaram os grandes movimentos e se concentraram em como os diferentes locais iria se revelar, emergindo da superfície do mapa.
Um mapa intrincado é trazida para o foco, cidades e vilas surgem da terra, com seu crescimento mecânico impulsionado pelas engrenagens da política e da guerra. (desenhos inspirados nos projetos de
Leonardo da Vinci)
Assim que teve o conceito da arte final, foi dado o start para os trabalho em Maya, os designers foram surpreendentes, transformando os esboços em objetos 3D, acrescentando toneladas de seus próprios detalhes criativos no processo.
O problema é que a seqüência tem apenas 90 segundos de duração, e muitos detalhes não puderam ser mostrados. Se você quiser criar um mundo, para que ele pareça real, tem que ter este sentido fractal de detalhes. Há partículas de poeira no ar e uma quantidade incrível de detalhes nos modelos.
O vôo cartográfico através dos Sete Reinos oferece uma varredura em todas as áreas de Game of Thrones. Mostrando onde o episódio da série será exibido.
Outro desafio foi criar o cometa que é muito importante pra trama e, além disso, iluminaria as cenas. A luz, por se tratar de um mundo irreal teria que se comportar também de modo único sobre a superfície.
Um astrolábio de fogo orbita este mundo imaginário, sua estrutura Cardanica (Girolamo Cardano, 1501-1576, um notável médico, matemático e astrólogo da Itália) gira em torno de um centro em brasas, contando uma história através de uma série de brasões heráldicos sobre ele.
A abertura foi aprovada com louvor pelo autor George R. R. Martin, que só viu o trabalho pronto na exibição do primeiro episódio da série.
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O trabalho faturou o prêmio de melhor abertura no Creative Arts Emmy Awards em 2011. E para finalizar esse post, nada mais justo do que assistir à essa obra-prima mais uma vez.